2 de jan. de 2010

O silêncio dos culpados


“Temo os vossos silêncios, não as vossas injúrias.”
Se a oposição a G W Bush era saudável, hoje existe um consenso político em torno de Obama que é doentio.
Vivemos um tempo de “silêncio dos culpados”, que sabendo da monstruosidade global que se está a criar, se calam por forma a dirimir os erros das convicções pretéritas tudo em nome de uma coerência que não existe senão como uma manifestação de uma desonestidade política.
Embora a História não se repita, vivemos um tempo de silêncio dos culpados similar ao que ocorreu com a ascensão de Hitler ao poder na Alemanha dos anos 30 do século passado.
Um silêncio ensurdecedor e acomodadiço; um baixar de braços perante um novo projecto de totalitarismo, desta feita, a nível global.
Como se poderá fazer oposição a um totalitarismo global?
“O silêncio é o maior dos martírios; nunca os santos se calaram.”
O projecto do totalitarismo globalista é extremamente inteligente, porque consegue reunir nas suas fileiras os indefectíveis defensores da iniciativa privada na economia e da exiguidade do Estado nação exigida pela direita libertária, e os estatistas inveterados de esquerda.
Uma força política que consegue reunir no seu seio os opostos políticos, tem já em si uma força dialéctica que será muito difícil contrariar.
Tanto os libertários de direita como de esquerda acreditam que “vão a jogo” para vencer uma nova “parada histórica”, encarando o globalismo cada um à sua maneira; cada um dos movimentos pensa ter na mão os trunfos para ganhar o jogo, não se dando conta de que as cartas estão viciadas à partida por uma pequeníssima elite que se movimenta entre a City de Londres e Wall Street de Nova Iorque, e que não defende o livre mercado mas antes um monopólio global.
São estes que viciam as cartas, baralham e tornam a dar, que comandam Obama, a União Europeia e os políticos portugueses que defendem o federalismo de um leviatão europeu.
Acuso aqui os políticos portugueses adeptos do federalismo europeu de estarem a soldo dos mentores da Trilateral e de Bilderberg.
“Há algo de ameaçador num silêncio muito prolongado
Os culpados invocam tacitamente o pragmatismo político para justificar o seu silêncio.
De Gaulle dizia que “o silêncio na política reflecte o esplendor dos fortes e é o refugio dos fracos”.
O silêncio dos culpados é o último refúgio da liberdade, onde esta se acoita, impotente, em face de um projecto europeísta e globalista claramente totalitário que se desenrola aos nossos olhos, de forma escancarada e despudorada.
Defende-se já a restrição da liberdade dos povos da Europa com a mesma naturalidade e legitimidade que moveu Mussolini a fazer exactamente o mesmo em Itália.
Por mais que vos custe, meus amigos(as), esta é a verdade que se manifesta, por exemplo, através da insistência para que os irlandeses votem sempre em referendos sucessivos e ad Aeternum até que a vontade totalitária da elite prevaleça.
Por muito que vos custe, não têm alternativa senão aceitar o facto de que se defende hoje a tirania em nome da liberdade.
Por muito que nos custe, chegará o momento em que todos nós teremos que assumir as nossas responsabilidades, calando o silêncio dos culpados e repondo a legitimidade dos povos europeus ao direito à sua auto determinação.

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