19 de dez. de 2009

SER MULHER


Extraído da Revista Ultimato, ano XXXV, nº 274, Jan/Fev 2002, Editora Ultimato
Quem sou eu, mulher?

Num contexto latino, patriarcal e sexista, como posso responder à essa questão? Talvez fazendo um esforço para olhar não para o que as pessoas ao meu redor me dizem, mas para o que Deus e suas Escrituras afirmam.
Vejamos, rapidamente, três importantes visões da mulher nas Escrituras.

Primeiro, a mulher é digna

Em Gênesis vemos que homem e mulher foram criados à imagem e semelhança de Deus. Ambos, então, são dotados de capacidade para pensar, discernir e criar.
Ambos temos valor e somos importantes para Deus, O relato da criação nos fala que, depois de Deus ter criado homem e mulher, Ele olhou para o que havia feito e viu que era muito bom (Gn 1.31).
Como mulher, devo basear nisso a minha auto-estima:
fui feita por Deus à sua imagem e semelhança.
Sou aceita e amada por Ele.
Não devo buscar me igualar a modelos masculinos para encontrar meu espaço e ser valorizada.
Sou feminina, criada assim, amada assim.

Segundo, a mulher é parceira
E aqui buscamos o que Deus nos fala quanto à sua relação com o homem.
E buscamos o paradigma maior, que é o da criação.
É de maneira poética que Adão se expressa ao ver Eva pela primeira vez:
Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne:
chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada (Gn 2.23).
Adão fala de Eva como sua igual.
Deus criou macho e fêmea.
Criou seres diferentes.
Ainda que ambos tenham igual valor, é importante enfatizar a beleza da diferença entre eles.
Igualdade em valor e diferença na identidade:
às vezes um paradoxo que nos confunde.
Como esses iguais e diferentes se relacionam?
A expressão que Deus usa para designar Eva em relação ao homem é auxiliadora idônea (Gn 2.18).
Muitas vezes essa expressão é mal interpretada e utilizada para legitimar uma posição inferior da mulher em relação ao homem.
Alguns dos argumentos usados são de que se a mulher foi criada por causa o homem e para auxiliá-lo, ela fica automaticamente subordinada a ele.
Contudo, uma análise mais cuidadosa do uso do termo "ajudadora" no Velho Testamento mostra que ele não indica uma pessoa em papel secundário ou subordinado a alguém superior.
O termo "auxiliadora" em 15 das 19 vezes em que é mencionado no Velho Testamento, é usado em relação ao Deus que vai em socorro de seu povo necessitado.
Poderia, então, haver uma insinuação de que essa palavra sugira uma superioridade ao reverso:
a mulher superior ao homem.
Ainda bem que esse não é o caso, porque a expressão seguinte, "que lhe seja idônea", remove essa possibilidade.
Ajudadora digna é aquela concebida como sua parceira, companheira e associada.
Não poderia ser diferente, já que ela é "osso dos meus ossos e carne da minha carne".
Com a queda (Gn 3), rompe-se a relação harmoniosa entre homem e mulher.
Inicia-se uma guerra, em que ambos competem entre si, em que um quer exercer poder sobre o outro, quer dominá-lo.
Sofremos até hoje as conseqüências da queda.
Mas essa não é a palavra final nem o parâmetro que devemos seguir.
Em Jesus, aquele que olha tanto para o ideal da criação como para a redenção final, já não há "judeu nem grego:
escravo nem liberto: nem homem nem mulher" Gl 3.28).

Finalmente, a mulher é discípula

Na relação de Jesus com as mulheres. vemos o quanto Ele as considerava importantes em seu ministério.
Temos o exemplo de Maria de Betânia, assentada aos pés de Jesus, como um discípulo em relação ao seu mestre (Lc 10.38-42), atitude pouco comum para mulheres naquele tempo.
Temos também Marta, sua irmã, cuja confissão teológica (Jo 11,27) equipara-se à confissão de Pedro (Mt 16.13-17).
Entre tantos outros exemplos, temos ainda Priscila e Áquila, mulher e marido, trabalhando juntos na obra do Senhor, parceiros no ministério de ensino.
O que Deus e sua Palavra dizem para mim, uma mulher?
Com alegria, e apenas para começar, ouço que sou digna, parceira e discípula.
Com isso claro, sigo na vida, nas relações e no caminho, aguardando novas aventuras e desafios, guiada por Deus.

Rute Borges, professora, estudou no All Nations Christian College.
É casada e tem uma filha.
Www.proveg.com.br/igrejabatista

3 comentários:

Vii! disse...

Lindo! MAS NÃO REAL, POIS:" ASSIM COMO DA ROUPA VEM A TRAÇA DA MULHER VEM A MALÍCIA FEMININA"
"a mulher vem para o homem mas o homem não para a mulher"
"o homem é a imagem e semelhança de Deus",não a mulher. Diferem um pouco desses argumentos apresentados no blog,e esses que citei são os trechos mais leves, está tudo na Bíblia, é só procurar

Edna Leon disse...

A Bíblia nos diz: "As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre.
" Deuteronômio 29:29.

O aspecto fundamental neste assunto não é ficar especulando acerca da forma física e espiritual ou acerca da capacidade mental de Deus.
Mas o ponto principal, bem diferente da especulação, é que o Senhor formou o homem para viver em Sua companhia.
Nisto consiste a base do tema da criação do homem à imagem e semelhança de Deus.
O ato da criação da raça humana é uma manifestação do amor de Deus.

Entre outras coisas isto pode ser comprovado pela capacidade de
escolher, ou seja, o livre arbítrio com que foi criado o homem.
O Senhor desejou que a família da Terra fosse uma extensão da
família celestial.
Todavia, não impediu que o homem escolhesse esse ou outro caminho
diferente.
Aí está a grande diferença entre os seres humanos e as demais
criaturas viventes.
Os animais são irracionais.
Não pensam.
Não raciocinam, nem possuem capacidade de escolha.
O homem pode fazer tudo isso e muito mais Podemos ver nas páginas
das Escrituras Sagradas muitos exemplos de Deus desejando estar em companhia dos homens.
Concluímos que o Senhor visitava, pela viração do dia o Jardim do
Éden, só para desfrutar do companheirismo de Adão e Eva.
Gênesis 3:8
No entanto, o exemplo maior de companheirismo com os homens foi dado por Deus quando Jesus Cristo veio estar entre nós assumindo a
natureza humana.
"Ele andou por toda a parte fazendo o bem.
" Atos 10:38.
Embora Jesus tivesse momentos reservados para sua comunhão íntima com o Pai, o maior tempo de sua missão foi gasto com as pessoas, ensinando, curando, aliviando a dor e o peso dos sofredores.
Mesmo sem o seu brilho original, o homem ainda reflete a imagem de
Deus.
Possuímos uma consciência moral, um senso do certo ou errado, bem ou mal.
E isto pode se tornar dia a dia mais sensível se cultivarmos um
relacionamento saudável com Deus através do estudo de Sua Palavra e
pela oração.
Por outro lado, o que restou no ser humano da imagem de Deus, poderá ser completamente anulado se dermos vazão aos maus impulsos da nossa natureza.
Fazendo assim, dia a dia, apagaremos a semelhança com Deus.

Lembremos pois, que o propósito de Deus ao criar o homem à sua
imagem e semelhança foi de estabelecer com a família humana, amizade e companheirismo.
Porque somos livres, podemos escolher um caminho de íntimo contato com Deus.
E Ele, sem dúvida, se agradará disto, e um dia, seremos levados para estar sempre em Sua doce e eterna companhia.
Que Deus maravilhoso.

Edna Leon disse...

A Bíblia nos diz: "As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre.
" Deuteronômio 29:29.

O aspecto fundamental neste assunto não é ficar especulando acerca da forma física e espiritual ou acerca da capacidade mental de Deus.
Mas o ponto principal, bem diferente da especulação, é que o Senhor formou o homem para viver em Sua companhia.
Nisto consiste a base do tema da criação do homem à imagem e semelhança de Deus.
O ato da criação da raça humana é uma manifestação do amor de Deus.

Entre outras coisas isto pode ser comprovado pela capacidade de
escolher, ou seja, o livre arbítrio com que foi criado o homem.
O Senhor desejou que a família da Terra fosse uma extensão da
família celestial.
Todavia, não impediu que o homem escolhesse esse ou outro caminho
diferente.
Aí está a grande diferença entre os seres humanos e as demais
criaturas viventes.
Os animais são irracionais.
Não pensam.
Não raciocinam, nem possuem capacidade de escolha.
O homem pode fazer tudo isso e muito mais Podemos ver nas páginas
das Escrituras Sagradas muitos exemplos de Deus desejando estar em companhia dos homens.
Concluímos que o Senhor visitava, pela viração do dia o Jardim do
Éden, só para desfrutar do companheirismo de Adão e Eva.
Gênesis 3:8
No entanto, o exemplo maior de companheirismo com os homens foi dado por Deus quando Jesus Cristo veio estar entre nós assumindo a
natureza humana.
"Ele andou por toda a parte fazendo o bem.
" Atos 10:38.
Embora Jesus tivesse momentos reservados para sua comunhão íntima com o Pai, o maior tempo de sua missão foi gasto com as pessoas, ensinando, curando, aliviando a dor e o peso dos sofredores.
Mesmo sem o seu brilho original, o homem ainda reflete a imagem de
Deus.
Possuímos uma consciência moral, um senso do certo ou errado, bem ou mal.
E isto pode se tornar dia a dia mais sensível se cultivarmos um
relacionamento saudável com Deus através do estudo de Sua Palavra e
pela oração.
Por outro lado, o que restou no ser humano da imagem de Deus, poderá ser completamente anulado se dermos vazão aos maus impulsos da nossa natureza.
Fazendo assim, dia a dia, apagaremos a semelhança com Deus.

Lembremos pois, que o propósito de Deus ao criar o homem à sua
imagem e semelhança foi de estabelecer com a família humana, amizade e companheirismo.
Porque somos livres, podemos escolher um caminho de íntimo contato com Deus.
E Ele, sem dúvida, se agradará disto, e um dia, seremos levados para estar sempre em Sua doce e eterna companhia.
Que Deus maravilhoso.