25 de nov. de 2009

Zhang Rongliang, um perseverante servo de Deus


Quando perguntaram ao Pastor Rongliang como ele consegue passar pelas experiências na prisão. Sua resposta foi:
”Por causa da nossa fé e esperança, por causa da palavra que temos ouvido que se nós resistirmos à perseguição, seremos recompensados.
A graça de Deus se renova o cada dia”

“Minha primeira vez na prisão, em 1974, foi a mais longa de todas. Passei sete anos no campo de trabalhos forçados depois de ser sentenciado pelo crime de ‘contra-revolução sob direção da religião’.
Desde a minha conversão, sofro uma forte vigilância dentro e fora do país.
Já permaneci na cadeia por mais outras quatro ocasiões, com sentenças variando de 40 dias a sete anos.
No total, passei 12 anos na prisão por causa das atividades religiosas que exerço. Iniciei o movimento ‘China para Cristo’.
O movimento tem uma força extraordinária de 10 milhões de membros e, graças a Deus, este número tem crescido cada dia mais.
Junto com outras igrejas domésticas, assinei a Confissão de Fé, escrita em 1999, com o objetivo de pedir demência ao governo durante uma opressão contra os movimentos entendidos como ‘seitas’.
É muito difícil ser cristão na China. As autoridades são rigorosas e, freqüentemente, negam passaportes aos lideres cristãos conhecidos.

No dia 1° de dezembro de 2004 fui preso, sem acusações, pela polícia da província de Henan.
Somente após alguns meses é que me acusaram de ‘obter um passaporte através de fraude’ e de ‘cruzar a fronteira ilegalmente’.
Mais uma vez estava por enfrentar uma prisão.
Após minha detenção, as autoridades confiscaram os DVDs cristãos e outros materiais que estavam guardados em minha casa.
Os materiais vinculavam-me a outros cristãos estrangeiros.
Na China, manter contato com religiosos estrangeiros pode ser considerado uma atividade ilegal perante o governo.

Audiência e problemas de saúde

Duas audiências foram marcadas em 2005. Felizmente, alguns de meus parentes e membros da igreja doméstica tiveram permissão para participar. Para mim, foi uma benção do Senhor, pois tive a oportunidade de ver minha querida esposa. O juiz principal das audiências admitiu para a minha família que não tinha nenhum rancor contra mim e que iria julgar meu caso com justiça, de acordo com a lei. No momento senti certo alívio e fiquei mais esperançoso. Porém, quatro meses depois, em dezembro de 2005, me transferiram para uma outra prisão sem nenhuma explicação.

Há 12 meses estava sob custódia policial. O veredicto ainda não tinha sido publicado e muito menos decidido. O tempo que estive preso, apenas esperando pelo veredicto de meu caso, correspondia à sentença por usar passaporte falso. Segundo um funcionário do governo, o Comitê Legal e Político da capital de Henan não gostou da decisão da corte popular de Xinmi, que queria retirar todas as acusações e me libertar. Por esta razão, o comitê da capital pediu para outra corte reexaminar o caso. Mas as autoridades dessa cidade se recusaram a aceitar-me, com medo de eu morrer sob sua custódia, pois sabiam que eu estava com sérios problemas de saúde.

No dia 19 de dezembro de 2005, fui internado. Mesmo doente, fiquei algemado e acorrentado em meu leito hospitalar até o dia 23 de janeiro de 2006. Em seguida, me transferiram para um hospital de outra cidade, onde passei a maior parte dos meses de fevereiro e março do ano passado. Os médicos aconselharam-me a ficar por mais um tempo no hospital continuando o tratamento. Eles diagnosticaram quatro problemas de saúde crônicos, além de confirmarem diabetes e hipertensão arterial, de que sofro há anos. Apesar da minha saúde não estar muito boa, as autoridades acreditavam que eu estava bem o suficiente para participar de uma nova audiência, que seria realizada no dia 06 de abril na cidade de Zhongmu.

Condenado, apesar de ‘evidencias insuficientes’

Meu veredicto veio após diversas audiências.
Por volta do dia 13 de abril de 2006, a corte Popular de Zhongmu reconheceu que ‘as evidências eram insuficientes e os fatos ambíguos’.
Dessa maneira, levaram meu caso à corte intermediária da capital, pedindo conselhos legais.
Embora não haja nenhuma prova suficiente capaz de condenar-me, a corte popular de Zhongmu me sentenciou, em 29 de junho de 2006, a cumprir sete anos e meio de prisão. Apenas alguns dias depois é que tomei conhecimento do veredicto.
Apesar de a perseguição ser rígida e de, mais uma vez, ter que passar um tempo na prisão, não irei parar de servir a Deus, continuarei firme, porque sei que muitas pessoas ainda precisam ouvir falar de Cristo.
Sei que tudo isso não será em vão.
A graça de Deus se renova a cada dia.”

Partido Comunista teria influenciado no veredicto

A lei chinesa permite que o réu apele dentro do período de 10 dias depois de receber o veredicto.
Mas, o advogado de Rongliang não se mostrou otimista a respeito do apelo.
“Está muito claro que a decisão não foi tomada de forma independente pela corte popular”, mencionou. A esposa de Rongliang ficou chocada com o veredicto.
”Quem imaginou que a resposta seria assim tão ruim?”, indagou.
Segundo ela, o tribunal é do Partido Comunista.
De acordo com a lei chinesa, o pastor Rongliang está qualificado para receber condicional médica com base em suas condições de saúde.
A esposa do pastor pediu a grupos de direitos humanos, em todo o mundo, a atenção devida ao caso dele e também pediu para a comunidade cristã internacional continuar a orar pelo pastor.

“Mas alegrem-se à medida que participam dos sofrimentos de Cristo, para que também, quando a sua glória for revelada, vocês exultem com grande alegria”.
1 Pedro 4:13.

Fonte: Revista Portas Abertas

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