21 de nov. de 2009

Dos anos 40 a 70

A perseguição, o desejo missionário e a vontade de anunciar a boa nova a “toda a criatura” (Mc 16,15) levou os cristãos para fora da Palestina.
Nesses trinta anos o Evangelho se expandiu por todo o império, chegando a todas as grandes cidades, inclusive a capital Roma, o “fim do mundo” (At 1,8).
Se seguirmos a descrição das três viagens de Paulo e seus companheiros, narradas nos Atos dos Apóstolos, vemos que eles percorreram em torno a 16 mil quilômetros. Enfrentaram muitos problemas (2Cor 11,25-26) e também dificuldades da própria missão de anunciar o Evangelho.
Além disso, a mensagem de Jesus foi marcada pelas mudanças de contextos.
Vejamos as principais:
→ Do Oriente → para o Ocidente
→ Da Palestina → para a Ásia Menor, Grécia e Itália
→ Da cultura judaica → para a cultura grega (helenismo)
→ Da realidade rural → para a realidade urbana
→ Das comunidades ao → para comunidades ao redor das casas (oikój) nas periferias
redor das sinagogas das grandes cidades da Ásia e da Europa.
Estas passagens foram marcadas profundamente pela mudança de mentalidade e pela tensão entre os cristãos vindos do judaísmo e os novos cristãos que vinham de outras culturas (At 15; Gl 2).
Foi um doloroso processo de conversão com muitos conflitos ao interno do próprio cristianismo.
Imaginamos a dificuldade dos cristãos judeus, formados dentro da visão judaica da Lei, e que deviam abrir-se para uma visão universal de Deus.
A passagem da visão de um povo eleito, privilegiado por Deus entre todos os povos para a certeza de que em Cristo todos os povos faziam parte de um único povo (multirracial e pluricultural) diante de Deus (Ef 2,17-18; 3,6).
As comunidadesque surgiam, pequenas e frágeis, levavam a sério a mensagem de Jesus. E foram os outros a reconhecer isso.
Em Antioquia, para distingui-los, deram a eles o nome de Cristãos (At 11,26). E começaram assim a adquirir a sua própria identidade. Os Atos dos Apóstolos relatam a beleza e o vigor dessas primeiras comunidades (At 2,42-47; 4,32-37).
Mas a dificuldade nossa hoje é que não temos as notícias de todas as primeiras comunidades.
Os Atos e as Cartas relatam basicamente a missão do Apóstolo Paulo e das comunidades surgidas através da sua missão.
Quase nada sabemos do trabalho de outros missionários, das comunidades espalhadas pelo norte da África, na Itália e pelas outras regiões e que estavam presentes no dia de Pentecostes (At 2,9-10).
Pouco sabemos também das comunidades da Síria e da Arábia, cujo centro era Antioquia.
A comunidade de Antioquia chegou a competir em autoridade e influência com a de Jerusalém.
Foi desta comunidade que Paulo partiu para as suas viagens missionárias, e onde viveu muito tempo.

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