12 de nov. de 2009


A polícia declarou três homens paquistaneses inocentes do estupro de uma garota cristã de 13 anos, apesar de todos os depoimentos de testemunhas oculares e provas médicas que indicaram sua culpa.
Na audiência em 3 de abril em Nankana, a polícia da cidade de Sangla Hill inocentou Mohammed Shahbaz, 40, Waqas Sadiq, 30, e Yousaf Sadiq, 25, das acusações de estupro e ameaça a Ambreen Masih.
Shahbaz foi o único suspeito a comparecer na audiência, inicialmente convocada para discutir os termos de sua fiança. Mas o juiz Ijaz Hussan Awan disse que não poderia estabelecer os termos da fiança já que a polícia não queria prendê-lo.

“No Paquistão, sempre foi assim – as pessoas mais influentes podem abordar a polícia e mudar o curso de uma investigação”, disse o advogado Akbar Durrani.
“Quanto aos cristãos, eles não podem pressionar a polícia para receberem uma investigação justa.”
Ambreen e sua família acusam Waqas e Yousaf Sadiq de sequestro.
Os Masihs também acusaram os homens e Shahbaz de estuprarem a garota, liberarem-na depois de duas horas e ameaçá-la de morte se contasse qualquer coisa para as autoridades.
Os três homens, juntamente com um parente, Zahid Riyasat (25), sequestraram Ambreen pela segunda vez em 5 de fevereiro.
Quando seus pais ficaram preocupados com seu sumiço, Munir Masih, seu pai, organizou uma busca com outros cristãos locais.
Eles encontraram os três suspeitos na casa dos Sadiq, violentando a menina sob a mira de armas.
Quando os cristãos se aproximaram dos suspeitos, os acusados dispararam tiros de alerta no ar e fugiram, afirma Munir Masih.
Ambreen voltou para casa com sua família.
Ela disse que quando os sequestradores a raptaram pela primeira vez, disseram: “Vamos matar seus pais se você contar sobre o que aconteceu.”
No dia seis de fevereiro, Masih obteve uma permissão do magistrado judicial de Sangla Hill para realizar um exame em Ambreen, que estabeleceu que ela havia sido estuprada.
Seus pais procuraram a polícia para prestar queixas contra os três homens, mas os policiais disseram que abririam uma investigação somente depois que o centro de ajuda legal (CLAAS em inglês) os empurrasse.
Depois que a polícia declarou os três homens inocentes, os advogados que representavam Masih acusaram os familiares dos suspeitos de subornar a polícia.

“Naquela vila, os cristãos não são nada para os muçulmanos, eles têm que trabalhar para eles, e muitas vezes nem são pagos”, disse Katherine Sapna, trabalhadora do CLAAS.
Os três acusados são parte de uma família rica de donos de terra em Sangla Hill.
Ambreen vem de uma origem pobre e tem sete irmãos, e trabalha como secretária doméstica juntamente com suas irmãs.
Os advogados apelaram da sentença, e esperam novas decisões.

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