9 de nov. de 2009

SER-ME-EIS TESTEMUNHAS

É nesta etapa que a Igreja cumpre a sua parte no programa divino de Missões

Não é a primeira vez que em nosso editorial abordamos o tema da tarefa que nos cabe como Igreja.

A palavra “testemunha”, utilizada em Atos 1.8 e em outras passagens do Novo Testamento é fundamental para a compreensão do papel da Igreja na dispensação em que vivemos.

Se não o compreendermos, corremos do risco de empreender programas missionários fora dos propósitos aos quais realmente estamos destinados.
Analisando cuidadosamente os textos neotestamentários, verificamos claramente que a nossa responsabilidade não é a de conquistar o mundo para Cristo, mas sim, testemunhar de Cristo ao mundo.
Em outras palavras, o objetivo do nosso esforço missionário não é a conversão do mundo, mas a sua evangelização.
Entre esses dois objetivos há imensa distância.

A passagem do capítulo 15 dos Atos dos Apóstolos, referente à primeira conferência apostólica em Jerusalém, estabelece com extrema clareza qual o programa de missões no Novo Testamento, pois surgiu entre os primeiros cristãos a questão de receber os gentios sem submetê-los à circuncisão.
Pedro era defensor desta posição, e tomava por base o derramamento do Espírito Santo em casa de Cornélio.
Paulo e Barnabé o apoiavam, relatando os milagres ocorridos entre os gentios em sua viagem missionária pela Ásia Menor.
Lendo o texto referente ao discurso de Tiago, que presidia a conferência, verificamos claramente que o apóstolo, no que concerne aos gentios, divide a tarefa missionária em duas etapas:

1. A primeira é a etapa eletiva, referente à rejeição de Israel;
2. A segunda é a etapa universal, que se refere à restauração de Israel após a segunda vinda de Jesus.

Leiamos parte do que disse Tiago: “Simão relatou como primeiramente Deus visitou os gentios, para tomar deles um povo para o seu nome. E com isto concordam as palavras dos profetas, como está escrito: Depois disto voltarei, e reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído, levantá-lo-ei das suas ruínas e tornarei a edificá-lo.
Para que o resto dos homens busque ao Senhor, e todos os gentios sobre os quais o meu nome é invocado, diz o Senhor, que faz todas estas coisas, que são conhecidas desde toda a eternidade.”
(Atos 15.14-18).

A primeira etapa, a eletiva, começou com a visita de Pedro a Cornélio, e continuará até a segunda vinda de Jesus.
É nesta etapa que a Igreja cumpre a sua parte no programa divino de Missões, enviando seus missionários, buscando alcançar todas as nações através dessas testemunhas.

A segunda etapa, a universal, cumprirá a profecia de Amós 9.11,12, citada por Tiago em seu discurso.
Embora não haja unanimidade de interpretação sobre esse texto, cremos que a restauração de Israel se dará no reino milenial de Jesus, quando desde Jerusalém reinará um Rei sobre todas as nações – Jesus.

Até lá, cumpre-nos o papel de evangelizá-las, ensinando-as as guardar todas as coisas que Ele nos ordenou.
“Ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.”

Pr. Paulo Ferreira

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