24 de mar. de 2010

Cônjuges - Amigos e Amantes

O conhecimento humano se triplicou por milhões no século XX.
E o mais interessantes é que o que está na Bíblia há 2000 anos ou mais foi (e continua sendo) confirmado pelas pesquisas e estudos científicos sérios.
Nesta oportunidade, quero externar minha visão acerca da falência de grande parte das uniões matrimoniais, inclusive dentro de nossas igrejas.
Não tenho a pretensão ou a petulância de explicar os motivos e fundamentos desta falência nestas poucas e mal-escritas linhas, mas, pelo menos, abrir a discussão sobre o assunto.
Podemos continuá-lo numa outra oportunidade.
A Bíblia diz que Deus viu que o homem estava só, e fez para ele uma companheira utilizando-se de uma costela.
Não foi feita a partir de um osso da cabeça para comandar, e nem de osso do pé para ser pisada, mas de uma costela, que está no meio do corpo, para lhe ser igual, e de perto do coração, para ser amada.
O simbolismo que envolve essa narrativa é lindo e profundo, mas que não temos tempo e nem espaço para explaná-los detalhadamente.
Cônjuges são as partes de um casal.
O cônjuge do marido é a mulher, e o cônjuge da mulher é o marido.
A palavra cônjuge quer dizer "debaixo do mesmo jugo".
Significativo, não é mesmo?
A título que curiosidade, jugos são aquelas peças de madeira ou metal e couro que são colocados sobre os animais para que puxem cargas ou carroças.
Casamento é, antes de tudo, uma instituição divina.
Deus instituiu o casamento, e impôs algumas bases e diretrizes.
Alguns "requisitos".
Os seres humanos são constituídos de três partes:
corpo, alma e espírito.
Um casamento é uma união entre estas três partes de duas pessoas de sexos opostos.
Se não houver a união entre estas três partes, o casamento tem muito poucas chances de sobreviver ao tempo...
Casamento é algo como o encaixe de duas partes de uma mesma moeda.
As reentrâncias devem servir para se completar, se complementar, e não para causar brigas e desentendimentos.
Num outro giro, deve haver num casamento dois elementos:
sexo e amizade.
Os cônjuges devem ser amigos e amantes.
Não apenas amigos, mas também amantes.
Não apenas amantes, mas também amigos.
Num casamento deve haver sexo e amizade.
Não existem "almas gêmeas".
Não existem almas que foram feitas um para o outro.
Esta é uma visão poética, fantasiosa e idealista que está na visão imaginária dos apaixonados e dos cantores que vendem ilusões.
Não existem casamentos perfeitos, porque não existem homens e mulheres perfeitos. Existem casamentos que vão se aperfeiçoando a cada dia, com o aperfeiçoamento dos cônjuges.
Cônjuges que vão renunciando aos seus propósitos egoístas, à sua arrogância e prepotência para se dedicar ao outro.
Muitas pessoas casam-se por paixão, que é um sentimento egoísta, uma vez que é causada por alguma coisa, e quando essa alguma coisa se esvai, ou perde o sentido, perde-se também a razão da paixão, e... do casamento.
Na verdade muitos casamentos começam errados e continuam sendo uma sucessão de erros, o que não impede, em absoluto, que uma união como essa venha a convalescer e frutificar.
Freqüentemente os futuros cônjuges se preocupam com a dúvida:
"serei feliz com ele(a)?", quando o verdadeiro seria:
"poderei fazê-lo(a) feliz?".
Isto demonstra que querem um casamento onde sejam felizes, e não um casamento onde possam fazer alguém feliz.
Isto é, queremos um companheiro, mas não queremos ser companheiros.
Queremos que nossos sonhos se realizem, mas não nos preocupamos em realizar os sonhos de nossos cônjuges.
Queremos, enfim, que nossos cônjuges se submetam ao nosso jugo, mas não nos preocupamos em nos submetermos ao jugo deles.
Em outras palavras:
queremos que nossos cônjuges nos ajudem e nos acompanhem a conseguir nossas aspirações, nossos sonhos e nossos desejos, mas não nos importamos em acompanhá-los e ajudá-los a conseguir seus sonhos, aspirações e desejos.
E por aí vai...
Amar é dar maior importância à felicidade da pessoa amada do que à própria felicidade, por isto, quando nós amamos realmente alguém, nós queremos o melhor para esse alguém, mesmo quando "o melhor" não somos nós.
Daí vai que quem ama realmente, mesmo que isso lhe cause um sofrimento sem tamanho, é capaz de deixar a pessoa amada ser feliz.
Mesmo... que seja ao lado de outro alguém.
Gostar é um termo egoísta.
Nós só gostamos daquilo que nos agrada.
E quando nós amamos, amamos apesar daquilo que nos desagrada.
Lembre-se:
a paixão procura suprir uma necessidade do apaixonado, e o amor procura suprir uma necessidade da pessoa amada.
Percebe que as pessoas do mundo estão complemente equivocadas no que se refere ao amor, invertendo totalmente o sentido das coisas?
A maior e mais dura prova de amor que uma pessoa pode dar e receber é o tempo.
O tempo é a maior e mais dura prova, o maior e mais duro teste que o amor pode, passar e receber.
O que importa não é o quanto se ama, mas até quando amará.
Se não houver amor depois que a paixão acabar, não haverá nada sólido que possa agregar ou conjugar duas pessoa de sexos opostos.
O nosso grande problema é que sempre queremos e esperamos que as outras pessoas ajam e reajam como nós agiríamos e reagiríamos.
Os maridos esperam que suas esposas ajam como se fossem homens.
As esposas querem que seus maridos ajam como se fossem mulheres.
Os pais pretendem que seus filhos ajam como se fossem adultos.
E os filhos esperam que seus pais ajam e reajam como se fossem criança ...
É aí que começa o conflito.
Em Amós 3:3, a Bíblia pergunta se duas pessoas andam juntas se entre elas não houver acordo.
Não exatamente concordância, mas acordo.
Nós podemos, muitas vezes, nos submeter a situações com as quais não concordamos.
Os acordos são feitos após algumas negociações.
Negociações são feitas a base de exigências e concessões.
Caso haja apenas exigências ou apenas concessões, não temos uma negociação, mas sim uma adesão:
é do jeito que eu quero ou nada feito.
Tudo ou nada.
Jeus Cristo deixou uma regra de ouro para o relacionamento interpessoal:
aquilo que vós quereis que os homens vos façam, façais vós também a vós outros (Mateus 7:12).
Façam aos outros o que quer que os outros lhe façam.
Trate-os como quer ser tratado.
Dê-lhes o que quer receber.
Semeie o que deseja colher.
Avançando um pouco mais, num relacionamento conjugal, os direitos que você tem são os mesmos que você concede, e as obrigações que você impõe são as mesmas que você deve observar.
Trocando em miúdos:
se eu posso, meu cônjuge também pode; se meu cônjuge é obrigado, eu também sou obrigado.
Não temos o direito de exigir dos outros que façam ou sejam aquilo que nós próprios não fazemos ou não somos.
Muito embora muitos o façam.
Nós criamos os nossos próprios infernos quando criamos o inferno das pessoas que estão conosco.
Seja uma benção na vida de teu irmão e não uma maldição, faça com que as pessoas se agradem de sua presença, e não que a detestem.
Um outro elemento a que gostaria de fazer especial referência é em relação ao perdão.
Queremos ser perdoados de nossas atitudes erradas, ríspidas, e de nossas intolerâncias.
Mas nos recusamos a perdoar as atitudes erradas, ríspidas e intolerância de outras pessoas.
Principalmente as de nossa própria família.
Como podemos cumprir o mandamento de Jesus Cristo de amar nossos inimigos, se somos incapazes, muitas vezes, de perdoar aqueles a quem proclamamos amar?
Sem nos darmos conta, continuamente estamos a exigir que nossos pares aceitem nossos defeitos, nossas mazelas e nossos erros (sempre tem uma justificativa e uma explicação).
Mas nos recusamos terminantemente a aceitar os defeitos, mazelas e erros de nossos pares.
Jamais vamos conseguir ser felizes sozinhos.
A nossa felicidade consiste em fazer com que as pessoas que convivem conosco sejam felizes.
Ame seu próximo, como deseja ser amado.
Lute pela felicidade das pessoas que você crê amar.
Assim fazendo estará cumprindo a Lei e os profetas.
Autor: Takayoshi Katagiri

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