O grito de Jesus em Mateus 27:46 desafia todo o estudante da Bíblia.
Há várias interpretações para o texto, e devemos ser cuidadosos para não sermos dogmáticos sobre nosso entendimento de tais textos difíceis.
Ao mesmo tempo, o desafio de entender tais versículos freqüentemente nos ajuda a apreciar mais plenamente a grandeza do amor e da graça de Deus.
Este versículo não é exceção.
As palavras de Jesus são tiradas diretamente do Salmo 22:1, escrito cerca de 1000 anos antes da morte de Cristo.
A maior parte deste salmo é uma profecia do sofrimento que Jesus suportou na cruz, e é citada repetidamente no evangelho, nas narrações da crucificação.
O versículo inicial nos lembra que o maior sofrimento que Cristo suportou não foi a dor física da cruel cruz, mas a agonia emocional de morrer só.
Para compreender melhor este conceito, ajuda partir de Gênesis 2:17, onde Deus por primeiro anunciou que o pecado resulta em morte.
Ele advertiu que a desobediência a sua lei traria a morte, a morte imediata!
Quando continuamos a estudar Gênesis, percebemos que o Senhor não estava contemplando a morte física.
Adão e Eva pecaram, mas a vida física do primeiro homem continuou por mais de nove séculos.
Fisicamente, ele não morreu naquele dia.
Mas ele e sua esposa foram separados de Deus expulsos do jardim naquele mesmo dia.
Mais tarde aprendemos que a morte é uma separação.
A morte física é a separação do espírito do corpo (Eclesiastes 12:7; Tiago 2:26).
A morte espiritual é a separação do homem de Deus, que acontece por causa do pecado (Isaías 59:1-2; Efésios 2:1,12).
O salário do pecado do primeiro casal foi sua separação de Deus.
Sofremos a mesma conseqüência hoje:
"O salário do pecado é a morte"
(Romanos 6:23).
Jesus veio para pagar o preço por nossos pecados.
Ele morreu em nosso lugar.
Sua exclamação em Mateus 27:46 parece mostrar que a verdadeira tortura de seu sacrifício vai além da dor física.
Por causa de nosso pecado, ele sofreu separação de seu Pai.
Ele morreu.
Neste ponto, precisamos ser cuidadosos para não irmos além do que foi revelado. Podemos ser tentados a procurar explicar exatamente como ele foi separado, ou por quanto tempo.
Mas Deus não disse, por isso não devemos desenvolver teorias especulativas sobre o que ele não disse.
Contentemo-nos em ser gratos pelo grande amor que levou Jesus a sofrer em nosso lugar.
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