24 de mar. de 2010

Parte 2

Na primeira parte da presente mensagem, exploramos, em linhas gerais (e bastante superficiais por força do espaço) o significado e as implicações da palavra "cônjuge".
Nesta oportunidade, falaremos sobre a amizade, e na terceira e última parte, do relacionamento sexual.
Fica difícil falarmos sobre amigos nesta época de superficialidades, futilidades e individualismo... mas... vamos lá.
Normalmente, as idéias que temos sobre a amizade são aquelas transmitidas pelos poetas.

Tipo: amizade é quase amor.

Não é objeto da presente dissecar ou detalhar a amizade, mas traçar um paralelo entre a amizade dentro e fora do relacionamento conjugal.
Primeiro, não tratamos nossos amigos como capachos.
Não os humilhamos, não os rebaixamos, não os achincalhamos, não os expomos ao ridículo nem os exploramos.
Não os tratamos como serviçais incompetentes e nem como empregados preguiçosos.
Se você trata seu cônjuge como um capacho, como um serviçal incompetente, como empregado preguiçoso, se você o humilha, o rebaixa, o explora, o achincalha ou o expõe ao ridículo, você não é amigo dele...
Em segundo lugar, nós conversamos com nossos amigos, trocamos confidências, tiramos dúvidas, pedimos opiniões, respeitamos pontos de vista, damos e ouvimos conselhos. Se você não conversa com seus cônjuge, não troca confidências, não tira dúvida não pede opiniões, não respeita seu ponto de vista, não dá nem ouve conselhos, ele não é seu amigo.
Em terceiro lugar, você não agride seus amigos, não ofende, não xinga, não é áspero, ríspido, e nem espinhoso.
Se você agride seu cônjuge, ofende-o, xinga-o, é áspero e ríspido ou espinhoso, não está sendo seu amigo.
Em quarto lugar, você não tem medo de ser manipulado, manobrado, explorado, chantageado ou extorquido pelos seus amigos.
E por isso, pode reconhecer os erros e pedir perdão.
No mínimo, desculpas.
Se você tem medo de ser manipulado, explorado, manobrado, chantageado ou extorquido pelo seu cônjuge, e por isso não pede desculpas e nem perdão pelos erros e faltas que comete, então ele não é seu amigo.
A lista de comparativos é longa, extensa.
Penso que nestes itens pude listar as principais características da amizade que devem estar presentes no relacionamento conjugal.
Bom... deixei um item de fora:
confiança.
Nenhum destes elementos existe numa amizade se não existir confiança.
Não existe amizade entre pessoas que não confiam uma na outra.
Você pode confiar em seu cônjuge?
Seu cônjuge pode confiar em você?
A gravidade da resposta revela a gravidade da pergunta.
Se seu cônjuge se apaixonar por outra pessoa, ou sentir uma atração homossexual, ele pode confiar a você este segredo?
E se ele o fizer, você vai ajudá-lo ou apedrejá-lo?
Com certeza vai se sentir traído, roubado, injustiçado, num primeiro momento.
Mas e depois?
Qual seria a tua reação se teu cônjuge te confessasse que não está satisfeito com teu desempenho sexual?
Nós ajudamos nossos amigos, procuramos compreendê-los, entendê-los, apoiá-los...
Se não houver amizade no relacionamento conjugal, ele está fadado ao fracasso...
Sabe, nós nos afastamos dos amigos que nos tratam com leviandade, aspereza, interesse, ou qualquer outro fator negativo.
Mas quanto aos cônjuges, o afastamento não é assim tão simples por causa dos "eternos laços do matrimônio".
Isto faz com que sejamos um pouco (um pouco???)... desleixados quanto a estes, e nos permitimos a alguns (alguns???) excessos...
Você já percebeu que nós evitamos fazer um monte de coisas aos nossos amigos?
Mas não temos o mesmo cuidado quando se trata de nossos cônjuges?
Isto é, nós tratamos melhor nossos amigos do que aos nossos cônjuges.
E por isso, nós damos mais ouvidos aos nossos amigos do que aos nossos cônjuges. Nossos cônjuges não são nossos amigos... Uma pena.
O que eu vejo em muitos relacionamentos é uma relação de poder, uma relação de domínio e exploração... fazendo com que uma situação irônica e trágica ocorra
duas pessoas unidas pelos laços do matrimônio, carentes de carinho, de amor, de ternura, de consolo, mas que não são capazes de amar um ao outro.
Uma tem o que a outra necessita, e necessita do que a outra tem, mas existe um abismo entre elas que torna impossível olharem-se nos olhos, mesmo que estejam tão próximas que possam se tocar... Espero que não seja o teu caso, amado leitor.
Quero finalizar com uma pergunta seca e direta:
você é amigo de teu cônjuge?

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