29 de mar. de 2010

A EDUCAÇÃO DOS FILHOS NO TEMPO PRESENTE

Nos últimos tempos várias vozes tem se apresentado a fim de ensinar os pais
sobre como educar seu filhos.
Após o mercado editorial perceber que o tema
deveria ser explorado em razão da demanda composta por pais apavorados
em busca de receitas infalíveis para educação infantil familiar, uma boa
quantidade de livros escritos por supostos especialistas no assunto foram
lançados.
Para se ter uma idéia, já em 1997 matéria da Revista Veja revelava que
os escritores da auto-ajuda haviam direcionado seus escritos para a área da
educação infantil.
“Depois de querer ensinar a vocês como ganhar dinheiro,
fazer amigos, ficar magro, segurar o casamento, os escritores do gênero
resolveram dar lições sobre como educar a criançada” , é o que dizia o início
da matéria.
A reportagem enfatizava ainda que tais obras vendem feito “pão
quente porque, em geral, são escritas de olho num alvo fácil:
a insegurança dos pais, que já não sabem mais o que fazer pelos filhos”.
Afinal, eles trabalham fora, ficam pouco tempo em casa, carregam consigo um tremendo
sentimento de culpa.
Alguns tentam compensar a ausência entupindo os filhos de atividades, como natação, judô e aula de inglês.
Outros buscam apoio na terapia, que custa dois ou três livros de auto-ajuda por semana e tem resultados demorados.
Uma terceira leva cai na auto-ajuda.
De fato, depois de meados da década passada obras literárias
direcionadas para a educação dos filhos tem crescido assustadoramente.
Algumas, voltadas para a auto-ajuda, outras para técnicas psicológicas ou
psico-pediátricas; sempre em tom pragmático, com dicas, receitas e planos
sobre como a criança deve crescer e ter independência financeira, autonomia,
segurança e sucesso na vida futura.
Nesse contexto, pais inseguros recorrem a esse tipo de expediente a fim
de tentarem auxiliá-los na criação da prole.
Muitos, inclusive, cristãos, que, em momento de desespero partem em busca de dicas ideais para a condução familiar.
Obviamente que alguns desses livros tem muito a contribuir com os pais, porém, na grande maioria não passam de trabalhos improdutivos que
nada têm a oferecer, cujos ensinamentos se resumem a receitas mal
formuladas.
Não há duvidas de que a busca sobre como instruir as crianças seja legítima, afinal a primeira lição que os pais aprendem assim que as crianças nascem, é que filhos não vêm como manual.
Mas, de qualquer forma, todos nós temos à disposição o Manual da Vida; aquele que é capaz de instruir o homem em todos os aspectos da sua vivência, da vida à morte: a Bíblia.
Isso porque “Toda escritura divinamente inspirada é proveitosa para para ensinar corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e
perfeitamente instruído em toda boa obra”.
(II Tm. 3.16).
A única forma de salvar e resgatar as famílias que hoje estão em franca
degeneralização é voltando às raízes da Palavra de Deus.
A transformação do lar, e o relacionamento sadio entre pais e filhos somente é possível a partir da renovação proporcionada pela verdade da Escrituras.

PRINCÍPIOS BÍBLICOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL FAMILIAR

Obviamente que não consta na Bíblia, apesar da sua completude, todas as
indicações pormenorizadas dos cuidados que os pais precisam ter com os
filhos, com apontamentos específicos e detalhados que vão da infância até o
período adulto; entretanto, ela apresenta princípios gerais que devem nortear a
vida em família e a conduta dos pais perante seus filhos. Princípios são
fundamentos que dão direcionamento às nossas vidas.
São diretrizes nucleares capazes de indicar o caminho pelo qual devemos percorrer. Dicas são passageiras, mas princípios são imutáveis.

“O que precisamos é retornar aos princípios bíblicos para a
educação de nossos filhos.
Os pais não precisam de novos programas embalados em papel de presente de psicologia;
eles precisam aplicar e obedecer a alguns poucos princípios que estão claramente expostos na Palavra de Deus para os pais” John MacArthur
Vejamos então alguns desses princípios, os quais julgamos
fundamentais, sem prejuízo de outros que constam na Bíblia, que em virtude
da falta de tempo não serão analisados aqui.

PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE

Um dos terríveis males que assola a família hodierna é a tentativa dos pais em
“terceirizar” a educação dos filhos, passando para outros a responsabilidade
que compete somente a eles.
Percebemos claramente a transferência da educação para o governo, escolas, creches, babás, avós, filhos maiores e até mesmo para a igreja.
Alguns, pior ainda, jogam a responsabilidade para a “babá eletrônica”.“Ensina a criança no caminho em que deve andar; e até
quando envelhecer não se desviará dele”.
(Pv.22.6)
A busca moderna de repassar a responsabilidade para terceiros
assemelha-se muito ao fato ocorrido no Éden após o episódio do pecado.
Quando confrontado por Deus sobre sua desobediência Adão colocou a culpa
na mulher.
Eva rapidamente apontou o dedo para a serpente.
Da mesma forma, no que se refere à educação dos filhos, temos hoje o pai que acusa a
mãe.
A mãe que acusa a escola.
E a escola que culpa a igreja.
É um notório jogo de empurra.
Sobre os estabelecimentos de ensino, o que percebemos é que hoje as crianças vão para a escola cada vez mais cedo, com 2 anos de idade em média.
Algumas, pasmem, em menor idade ainda.
Essa atitude é no mínimo irresponsável, já que queima etapas no que diz respeito à socialização da criança, colocando-a muito cedo em contato irrestrito com o ambiente externo, afinal, como explica Içami Tiba , os estudiosos do desenvolvimento infantil
dividiram a socialização em três etapas:
Socialização elementar:
até os 2 anos, quando a criança aprendia a
reconhecer e a educar as necessidades fisiológicas (vontade de fazer
xixi, sede, fome).
Socialização familiar:
até 5 ou 6 anos, quando aprendia a conviver com o pai, a mãe, irmãos e demais membros da família.
Socialização comunitária:
a partir dos 6 anos, quando começava a vida escolar.
Com isso, o contato social acontece precocemente.
Ainda sem completar a educação familiar, a criança já está na escola.
O ambiente social invade o familiar não só pela escola mas também pela televisão, internet etc.
Como adverte Içami Tiba:
“Esses pais cobram da escola o mau comportamento em casa:
“O que vocês estão fazendo com o meu filho que ele me respondeu mal?”
Ou:
“A escola não o ensinou a respeitar seus pais”
Até parece que quem educa é a escola e cabe ao pai e à mãe uma posição
recreativa”.

O escritor diz ainda que “para a escola, os alunos são apenas
transeuntes psicopedagógicos.
Passam por um período pedagógico e, com certeza, um dia vão embora.
Mas a família não se escolhe e não há como mudar de sangue.
As escolas mudam, mas os pais são eternos” .
É claro que cada um desses entes mencionados (escolas, creches,
babás, avós e igreja) possui sua parcela de responsabilidade.
Não há dúvidas disso.
Porém, não passam de terceiros auxiliares, já que a responsabilidade
primordial de instruir a criança no caminho em que deve andar é dos pais.
Compete a eles, somente a eles, a formação moral dos seus filhos.
São os genitores, e não outros, aqueles que possuem a competência do ensino das
sagradas escrituras a fim de amoldarem suas personalidades em conformidade
com a disciplina e admoestação do Senhor.
Esse é o princípio da responsabilidade.

Como adverte John MacArthur,
“… o próprio Deus deu aos pais a responsabilidade de educar os filhos não aos professores, nem aos colegas, nem às babás, nem a ninguém que não pertença à família; portanto, é errado que os pais tentem livrar-se da sua responsabilidade ou transferir a culpa quando as coisas vão mal”
MacArthur diz ainda:

“Os pais cristãos de nosso tempo precisam

Desesperadamente aceitar esse princípio simples.
Ante o trono de Deus, nós seremos responsabilizados se tivermos
deixado os nossos filhos sob outras influências que moldaram o seu caráter em caminhos ateus.
Deus colocou em nossas mãos a responsabilidade de educar os nossos
filhos na disciplina e na admoestação do Senhor, e nós prestaremos contas a ele pelo nosso cuidado para com esse maravilhoso presente.
Se outros têm mais influência sobre nossos filhos do que nós, somos culpáveis e
inescusáveis por isso” .
Pais, vocês têm tentando transferir a responsabilidade de vocês?

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