16 de abr. de 2010

As manifestações de carinho

Quando há um carinho autêntico esse amor pessoal que se entrega inteiramente à outra pessoa e a aceita tal e como é, e para sempre é lógico que esse carinho se manifeste com expressões corporais.
Os beijos, as carícias, fazem parte da dinâmica natural de um amor autêntico.
A questão é descobrir quando essas manifestações de amor podem converter-se em ocasião de satisfazer o simples apetite sexual, pois deixariam de ser carinho para converter-se num modo de usar o outro.

Por vezes alguns namorados pedem "medidas" concretas.
Mas isso não é possível.
Não se pode determinar com nitidez uma "fronteira" válida para todos e para sempre. Não se pode dizer até aqui as carícias são boas, para além disso são más, porque o sentido real das expressões de carinho dependem da educação, da sensibilidade e do momento em que se encontra cada um dos noivos.

O que se pode dizer é que é má toda a carícia que busque a excitação sexual fora da perspectiva do ato sexual dentro do matrimónio.
Porque as carícias devem ser sempre e só expressão de amor autêntico.
A excitação sexual é expressão de carinho quando marido e mulher se preparam para "fazer amor".
Fora desse caso, converte-se em simples fonte de prazer carnal, não sabe a amor porque não o é.
É usar, não amar.

Por isso, quando as carícias são simples expressão da fome de prazer, são más. Inclusive quando se realizam entre marido e mulher.
No casal, a excitação pode ser parte integrante e boa do amor pleno e, neste sentido, não se justifica o medo que alguns têm do prazer, Mas a excitação há de ser fruto do carinho e exprimir carinho.
E a experiência indica que, por vezes, o outro não se sente amado mas usado.
O matrimónio não é uma licença para o mal, é formalizar e assumir, como reflexo da vontade, o amor e a entrega.
E cada carícia dentro do matrimónio tem de ser carinho e entrega.
Se não é assim, é mau, porque é simplesmente usarem-se, não amarem-se.

Por isso, há dias em que marido e mulher se vêem obrigados a tratarem-se com precaução, porque sabem que não vão "fazer amor" e que as manifestações lógicas de carinho podem desencadear um processo de excitação que só é e se saboreia como amor quando se realiza o ato conjugal.
E também por isso, o marido, de modo habitual, ao desejar fisicamente a mulher, deve esforçar-se por desejá-la como ela necessita de ser desejada, adaptando-se ao seu ritmo e à sua sensibilidade, que são diferentes dos seus, dando-lhe a ternura e a tranquilidade que ela necessita para sentir-se amada, não simplesmente usada.

Muitos noivos sabem que um beijo, que um dia é expressão de carinho, noutro dia pode não ser inocente.
Porque isso depende de como está o corpo nesse dia.
Hoje, o dobro é bom, amanhã, a metade é má, porque onde ontem havia carinho limpo, hoje mete-se a dinâmica da excitação e é preciso cortar, porque não se pode evitar a reacção do corpo que segue o seu egoísmo carnal.
E, por vezes, haverá que ter cuidado, porque se não, as coisas irão mal.
O carinho autêntico, se é realista, leva a ser sóbrio nas suas manifestações, porque conhece as próprias limitações e sabe que com o outro se pode passar o mesmo.
E se se ama outra pessoa, procura-se evitar os maus momentos e as situações em que tenha de passar pela tentação de prostituir o seu amor.

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