Esta é uma doutrina de enorme significado para os cristãos.
Paulo orou para que Cristo habitasse no coração dos efésios (Ef 3.17).
Ela está inserida num contexto maior, que trata de união mística do crente com Cristo, pela qual nós estamos nEle e com Ele, Ele está em nós e nós vivemos como imitadores dEle.
A maior dificuldade que encontramos para compreender esta doutrina é o contraste entre a santidade de Deus e a pecaminosidade do homem.
A santidade de Deus
Deus é Santo e quer que seus filhos o sejam também (1 Ts 4.3).
Santidade é uma característica fundamental de Deus; um atributo Seu.
Os serafins declaram isto (Is 6.3).
Jesus o chama de “Pai Santo”
(Jo 17.11).
A principal característica da essência de Deus é a sua santidade.
Ele é santo (Hb 3.3).
A santidade é o atributo de Deus, enquanto separado e elevado acima de tudo o que é comum e criado (Is 40.25).
A casa de Deus é santa (Sl 93.5).
O Lugar onde Deus está se torna santo
(Ex 3.5; Js 5.15)
A pecaminosidade do homem
Todos os homens pecaram, estão debaixo do pecado (Rm 3.23,9).
Não há nenhum justo sobre a terra (Ec 7.20).
Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e chamamos Deus de mentiroso
1 Jo 1.8,10).
Entretanto, a Bíblia afirma claramente que Deus (Pai, Filho e Espírito Santo) habita no crente em Jesus
(Jo 14.17, 23).
A Habitação de Deus
Desde o início, Deus visitava o homem (Gn 3.8).
Depois, Deus mandou construir o tabernáculo, para estar entre Seu povo, manifestando Sua glória (Ex 40.34).
O Espírito Santo, no AT, vinha sobre os homens (Jz 3.10), se apossava deles (Jz 14.19; 1 Sm 11.6), mas efetivamente, não habitava em seus corpos.
No NT, Cristo veio e habitou entre nós (Jo 1.14) e fez a promessa de habitar em cada homem que cresse nele.
Esta doutrina é de suma importância, pois tudo o que o crente possui no aspecto espiritual está firmado no fato de que Cristo está nele.
Cristo está pessoalmente em nós e não apenas seus ensinos ou idéias.
Pelo Espírito Santo, somos habitados pelo próprio Deus.
Esta presença de Deus em nós não é metafísica, como no conceito panteísta, mas pessoal.
Ele está em nós e permanece pela fé
(Ef 3.17; 2 Co 13.5).
O apóstolo Paulo considera a habitação de Cristo um rico mistério:
“Cristo em vós, a esperança da glória” (Cl 1.27).
Ele diz que Cristo vive nele (Gl 2.20).
Afirma também que nosso corpo é santuário do Espírito Santo
(1 Co 3.16,17; 6.19; 2 Co 6.16; Ef 2.20-22), onde Ele habita.
Através da união com Cristo, a vida de Deus flui para dentro de nós
(Rm 12.2; 2 Co 4.16; Rm 8.11).
Esta união é efetuada pela morada do Espírito Santo, sendo uma união espiritual
(1 Co 6.17; Rm 8.9,10).
Diante deste conhecimento, devemos perguntar:
Que tipo de habitação agrada a Deus?
Como deve ser a nossa natureza para que Ele possa sentir-se em casa quando estiver em nós?
O Espírito Santo que habita em nós tem ciúmes.
Aqueles que são amigos do mundo se tornam inimigos de Deus
(Tg 4.4,5)
O Espírito Santo que habita em nós nos ajuda nas nossas fraquezas e intercede por nós (Rm 8.26,27).
O Espírito Santo que habita em nós nos garante a filiação divina
(Gl 4.6).
Cristo em nós é o que nos justifica:
quando Deus olha para nós, não vê um Deus santo e um homem pecador, mas uma unidade que é justa.
A habitação de Deus no homem é que o torna santo, espiritual, contrastando com o homem carnal
(Rm 8.9).
A habitação de Deus determina quem é realmente cristão
(Rm 8.10; 2 Co 13.5; Ap 3.20).
A habitação de Deus nos dá um senso de dependência, o que nos chama à humildade:
Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes
(Tg 4.6)
A habitação de Deus nos enche de amor
(1 Jo 4.16).
A habitação de Deus nos torna vencedores
(1 Jo 4.4)
A habitação de Deus nos torna produtivos
(Jo 15.5).
A habitação de Deus nos capacita a guardarmos Seus mandamentos
(1 Jo 3.24).
A habitação de Deus nos capacita mantermos a unidade da fé
(Jo 17.21-23).
Devemos considerar este fato, cada minuto de nossas vidas:
Deus habita em nós.
Devemos ir aonde Ele iria, fazer as coisas que Ele faria, falar o que Ele falaria, pois Ele está em nós.
Ainda que enfrentemos dificuldades, não devemos temer, pois Ele está conosco
(Sl 23.4).
Obras Consultadas:
TOZER, A.W. Verdadeiras Profecias.
São Paulo:
Editora dos Clássicos, 2003.
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