Muitas vezes, a mulher engana-se quando aplica aos homens o seu próprio modo de viver a sexualidade.
Os homens são mais diretamente carnais.
Sem serem particularmente brutos, podem experimentar o simples valor sexual do corpo duma mulher, totalmente à margem da sua afetividade ou do seu valor pessoal.
O homem é assim.
E é bom que a mulher o saiba.
Do mesmo modo que é bom que o homem saiba que as mulheres não são como ele, para que não interprete que estão na mesma onda que ele.
Um homem pode surpreender-se com a recusa de uma mulher, quando ele pensava que ela estava já há tempo metida na sua própria dinâmica de excitação.
Mas é que a mulher estava interpretando aquilo como carinho.
E só mais tarde se dá conta de que aquilo não é o amor limpo que ela queria e, por isso, o recusa.
Há homens que sabem isto e, por isso, sabem que, para alcançar o que querem, têm de fingir que estão apaixonados.
Enganar uma mulher, neste sentido, é relativamente fácil, porque ela está predisposta a interpretar como carinho as manifestações do homem.
Interpreta, a priori, de boa fé, a atitude masculina.
Se ela se expressasse dessa maneira sem um carinho profundo, sentir-se-ia como uma verdadeira prostituta.
Por isso tende a pensar o mesmo do homem.
E gosta de sentir-se amada.
Não se dá conta de que o homem, ante a proximidade de um corpo de mulher, reage, naturalmente e sem maldade, experimentando a atracção sexual desse objecto que lhe desperta o apetite.
Para evitar tratar a mulher como objeto, o homem tem que exercer um trabalho de autodomínio que não lhe é fácil.
Se a ânsia que a mulher experimenta por sentir-se amada não tem em conta esta realidade do modo de ser do homem, porá este em situações equívocas, nas quais o possível carinho pode ficar facilmente suplantado pelo apetite sexual.
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