12 de mar. de 2010

A visão judaica do Espírito Santo

A literatura midrash contém muitas afirmações acerca do Espírito Santo. É escrito que
o Espírito Santo, sendo de origem celeste, é composto, como tudo aquilo que vem do
céu, de luz e de fogo.
Quando descansou sobre Finéias, a sua face ardeu como um archote (Midrash Lev. Rabbah 21).
Quando o Templo foi destruído e o povo de Israel foi para o exílio, o Espírito Santo regressou ao céu, o que é indicado em Eccl. 12:7: "o espírito voltará para Deus" (Midrash Eccl. Rabbah 12:7).
O espírito por vezes fala com voz masculina, e outras com voz feminina (Eccl. 7:29). Isto é, como a palavra "ruah" é tanto masculina como feminina, o Espírito Santo foi concebido como sendo por vezes como um homem e outras como uma mulher.
De acordo com a tradição Judaica, o Espírito Santo se apresenta apenas a uma geração digna, e a frequência das suas manifestações é proporcional à retidão.
Não se registraram manifestações deste no tempo do Segundo Templo (Talmude, Yoma 21b), embora se dessem muitas no tempo de Elias (Tosefta ao Talmude Sotah, 12:5)
De acordo com Jó 28:25, o Espírito Santo repousa sobre os Profetas em vários graus, alguns profetizando o conteúdo de apenas um livro, outros preenchendo dois livros (Midrash Lev.Rabbah 15:2).
Ainda assim não repousava sobre eles continuamente, mas apenas por períodos de tempo.
Os estágios de desenvolvimento, dos quais o mais elevado é o Espírito Santo, são os seguintes: zelo, integridade, pureza, santidade, humildade, temor do pecado, o Espírito Santo.
O Espírito Santo conduziu Elias, o qual traz os mortos à vida (Yer. Shab. 3c, acima, e passagem paralela).
O pacto sagrado através do Espírito Santo (Midrash Tanhuma, Vayeki, 14); qualquer um que ensine a Torah em público partilha do Espírito Santo (Midrash Canticles Rabbah 1:9, end; comp. Midrash Lev. Rabbah 35:7).
Quando Finéias pecou, o Espírito Santo apartou-se dele (Midrash Lev. Rabbah 37:4).
A tradição Judaica divide os livros da Bíblia Hebraica em três categorias, de acordo com o nível de profecia que os seus autores terão alcançado.
Os resultados visíveis da actividade do Espírito Santo, de acordo com a concepção Judaica, são os livros da Bíblia, os quais terão sido, na sua totalidade, compostos sob a sua inspiração.
Todos os Profetas falaram "no Espírito Santo"; e o sinal mais característico da presença do Espírito Santo é o dom de profecia, no sentido em que a pessoa sobre a qual ele repousa vê o passado e o futuro. De acordo com o Talmude, com a morte dos três últimos profetas, Ageu, Zacarias, e Malaquias, o Espírito Santo cessou de se manifestar em Israel; mas o Bat Kol (voz celestial) ainda estava disponível.

* A Torah (cinco livros de Moisés) diz-se ter sido escrita por Moisés através de uma revelação verbal directa de Deus.
* Os Nevi'im (profetas) são livros escritos por pessoas que receberam um elevado nível de profecia.
* Os Ketuvim (escritos, agiógrafa) são escritos por pessoas que possuem um menor nível de profecia conhecido como inspiração divina, Ruach HaKodesh.

De acordo com uma das perspectivas do Talmude, o Espírito Santo estava entre as dez coisas que foram criadas por Deus no primeiro dia (Talmude Bavli, Hag. 12a, b). Embora a natureza do Espírito Santo, na realidade, não esteja descrita em lugar algum, o seu nome indicia que era concebido como uma espécie de vento que se manifestava através de som e luz.
De especial interesse é a distinção feita pelas antigas autoridades Judaicas entre o "Espírito do Senhor" (o qual é o termo mais comum para referir o Espírito Santo no Tanakh) e a Shekinah, a presença de Deus.
Esta distinção é feita no Talmude, o qual nos dá uma lista das coisas que se encontravam no primeiro Templo de Jerusalém, mas ausentes do segundo Templo.
Esta lista inclui o Espírito Santo e a Shekinah.
A diferença não é facilmente compreendida, mas parece que a glória da Shekinah era, de alguma forma, mais tangível do que o Espírito.
Isto poderia referir-se à presença literal de Deus no Santo dos Santos, e à presença de Deus que dele emanava em alguma forma especial, em oposição à presença do Espírito Santo, o qual estaria em muitos locais mundo fora, e especialmente em indivíduos.
No Tanakh, entretanto, esta presença do Espírito é reservada para os reis, profetas, sumo sacerdotes, etc. e não é concedida ao crente comum.
O Espírito Santo é referido com menor frequência nos Apócrifos e pelos escritores Judeus Helénicos; isto pode significar que a concepção do Espírito Santo não era proeminente entre o povo Judeu da época, especialmente na Diáspora.
Na profecia de I Macabeus 4,45. 14,41 é referido como algo há muito perdido. Sabedoria 9,17 refere-se ao Espírito Santo enviado por Deus dos céus, através do qual os decretos de Deus são reconhecidos. A disciplina do Espírito Santo protege do logro (ib. i. 5). Diz o Salmo de Salomão, 17,42, em referência ao Messias, o filho de David: "ele é poderoso no Espírito Santo"; e em Susana, 45, que "Deus elevou o Espírito Santo num jovem, cujo nome era Daniel."

Dons do Espírito Santo

Dons do Espírito Santo, segundo a Bíblia, são atributos proporcionados sobrenaturalmente aos cristãos pelo Espírito Santo.
Segundo o texto bíblico da 1ª carta de Paulo aos Coríntios,[1] existem nove diferentes dons possíveis de serem alcançados pelo cristão.
Estes dons são postos em prática em comunidades cristãs, independentemente de sua razão confessional, por pessoas reconhecidamente cristãs em sua fé e prática.
Foram bastante importantes na igreja cristã primitiva para a evangelização do mundo então conhecido.
Atualmente, verifica-se a utilização de tais dons na renovação carismática, movimento que tem seu esteio na Igreja Católica Apostólica Romana, nas igrejas protestantes pentecostais e neopentecostais. É uma expressão estudada na teologia cristã.
Segundo o autor da Primeira Epístola aos Coríntios, seria doado para o que fosse útil (12:7), e repartido a cada um segundo a vontade do Espírito Santo (12:11); existindo diferentes tipos de dons:
A enumeração dos dons é proferida, ainda que incompletamente, na Primeira Epístola aos Coríntios, no capítulo 12, sendo eles:

* Palavra da sabedoria;
* Palavra do conhecimento;
* Fé;
* Dons de curar;
* Operação de maravilhas;
* Profecia;
* Discernimento de espíritos;
* Variedade de línguas;
* Interpretação de línguas.

Pentecostes

Neste dia o dom do Espírito Santo permitiu a todos os apóstolos falarem em outras línguas (idiomas), sendo entendidos por pessoas de diferentes países.
A primeira referência do derramamento do Espírito sobre a igreja está em Atos:

“Quando chegou o dia de Pentecostes, todos os seguidores de Jesus estavam reunidos no mesmo lugar.
De repente, veio do céu um barulho que parecia o de um vento soprando muito forte e esse barulho encheu toda a casa onde estavam sentados.
Então todos viram umas coisas parecidas com chamas, que se espalharam como línguas de fogo; e cada pessoa foi tocada por uma dessas línguas.
Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, de acordo com o poder que o Espírito dava a cada pessoa.”
(Atos 2.1-4)

Perspectivas cristãs do Espírito Santo
Representação do dia de Pentecostes, (At 2,1-13).

Nas principais correntes do Cristianismo, o Espírito Santo é uma pessoa da Trindade, co - igual com o Pai e o Filho (Jesus Cristo), parte da Deidade.
Nas igrejas Unitárias, nas Testemunhas de Jeová, e em outras denominações cristãs que não aceitam a doutrina da Santissíma Trindade, o Espírito Santo é a força activa que procede de Deus e não uma pessoa Divina.
Para a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias o Espírito Santo é um personagem de espírito, terceira pessoa da Deidade, no entanto separado e distinto do Pai e do Filho.
O estudo do trabalho do Espírito Santo é chamado de Pneumatologia.

Novo Testamento

O Espírito Santo é frequentemente simbolizado pelo sinal de uma pomba branca, baseado no relato do Espírito Santo a descer sobre Jesus Cristo, após este ter sido batizado no rio Jordão, embora o texto bíblico não diga que foi em forma de pomba, e sim como uma pomba, numa comparação. O livro de Atos descreve o Espírito Santo a descer sobre os Apóstolos durante o Pentecostes na forma de um vento e línguas de fogo, que repousavam sobre a cabeça dos Apóstolos.
Baseado nesta imagem, o Espírito Santo é frequentemente simbolizado por uma chama.
No Evangelho de João, no Novo Testamento, a ênfase é colocada, não no que o Espírito Santo fez por Jesus, mas no facto de Jesus ter dado o Espírito aos seus discípulos. No Cristianismo tradicional, o qual foi o mais influente para o desenvolvimento posterior da doutrina da Trindade, Jesus é visto como o cordeiro sacrificial, e como vindo aos homens para conceder o Espírito de Deus à humanidade.
Embora a linguagem utilizada ao descrever Jesus a receber o Espírito Santo no Evangelho de João seja um paralelo dos relatos nos outros Evangelhos, João relata este episódio com o objectivo de mostrar que Jesus tinha uma especial posse do Espírito para que o podesse conceder aos seus seguidores, unindo-os a Si mesmo, e em Si mesmo unindo-os também com o Pai.

(Ver Raymond Brown, The Gospel According to John, capítulo sobre Pneumatologia).
[editar] Perspectivas de diferentes denominações

Os Cristãos crêem que é o Espírito Santo que conduz as pessoas à fé em Jesus Cristo e aquele que lhes dá a capacidade para viverem um vida Cristã e dá credito.
O Espírito Santo figurativamente habita dentro de cada cristão verdadeiro, e se manifesta em ações de graça.
Ele é descrito como um "ajudador" , guiando-os no caminho da verdade.
O Fruto do Espírito (isto é, o resultado da sua influência) é "amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança" (Gálatas 5:22).
Ele também concede dons (isto é, habilidades) aos Cristãos tais como os dons de profecia, línguas e conhecimento, embora alguns Cristãos acreditem que isto apenas aconteceu nos tempos do Novo Testamento.
O movimento Pentecostal e Neo-pentecostal coloca uma ênfase especial nas obras do Espírito Santo, em especial nos dons acima mencionados, acreditando que estes são ainda hoje concedidos.
Os Pentecostais acreditam que o batismo no Espírito Santo é uma obra distinta do novo nascimento.
Os Pentecostais crêem que é Jesus quem batiza com o Espírito Santo, e que este batismo é evidenciado pelo falar em línguas estranhas.
Uma parte minoritária dessas Igrejas afirmam que esse batismo do Espírito Santo é o verdadeiro sinal de Cristianismo numa pessoa, ou seja, que até uma pessoa ter experimentado o baptismo do Espírito Santo, ela não pode estar certa da sua salvação.
De acordo com os dispensacionalistas, estamos agora a viver a Era do Espírito
O período do Velho Testamento, nesta corrente, pode ser chamado a Era do Pai; o período coberto pelos Evangelhos, a Era do Filho; do Pentecostes até ao segundo advento de Cristo, a Era do Espírito.
Há ainda os cristãos que creem que o Espírito Santo é apenas um meio de manifestação de Jesus Cristo.
Ou seja, Espírito Santo é mais um Título Santo dado à Jesus, o Deus encarnado.

A perfeição do Espírito

Para uma possível perfeição de uma personalidade, esta tem que ser submetida a uma trinitarização.
O conceito trinitário é a forma ideal como três funções são ligadas embora agindo de forma independente.
O Espírito Santo, ou Espírito Infinito como também é conhecido, é o reflexo da ordem e comando de Deus-Filho.
O empenho do Espírito é a ação fruto do comando do Filho.
Esse é o seu contributo em toda a acção criadora constante do universo.
O comando do Filho é fruto da vontade de Deus-Pai.
O empenho do Filho é o comando e ordenanças da Vontade de Deus-Pai.
A vontade de DEUS-PAI reflete-se no comando de DEUS FILHO que por sua vez complementa-se na ação do DEUS ESPÍRITO SANTO.

É a união destas três forças fundamentais que se traduz o segredo da perfeição absoluta e última.
O Espírito Santo é o relacionamento entre Pai e Filho que é derramado no coração do homem através do batismo.

O género do Espírito Santo

A palavra hebraica presente na Bíblia para espírito é ruwach, que significa vento fôlego, inspiração; o substantivo é, gramaticalmente, feminino.
No Cânticos dos Cânticos, o mais antigo hinário cristão, o Espírito Santo é, gramaticalmente, feminino.
A palavra grega para espírito, pneuma, não tem género gramatical.
O Espírito Santo é traduzido para o masculino apenas em línguas como o Latim e o Inglês.

“Luc.1:15 …porque ele será grande diante do Senhor e não beberá vinho nem bebida forte; já desde o ventre de sua mãe será cheio de um espírito santo,…”(falando de joão)

No caso de Jesus, filho de Maria. “Luc.1:35 Respondeu-lhe o anjo: ‘um espírito santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo te envolverá com sua sombra; e por isso o nascituro será chamado santo, Filho de Deus.”

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