2 de mar. de 2010

Onde Deus Está Quando as Tragédias Acontecem?

Tragédias!
Elas são indescritíveis.
Não têm hora para chegar, não pedem licença e interrompem os sonhos, no início ou na melhor parte deles.
Elas não têm a cortesia de esperá-los terminarem.
A tragédia, em geral, parece acontecer só com as outras pessoas.
Mas quando ocorre conosco, uma pergunta insistente paira no ar: por quê?
Onde Deus está quando a tragédia ataca?
Ele sabe onde estamos e o que está acontecendo conosco?
Ele vê quando estamos sofrendo?
Realmente se importa?
Se sim, por que não vem nos socorrer?
Jamais entenderemos os problemas; jamais compreenderemos todas as desgraças, enquanto não buscarmos desvendar o que se passa por trás de tudo isso.
Não há meio de entendermos o sofrimento, enquanto não entendermos a Deus.
Precisamos, realmente, compreender o dilema divino.
Deus não queria brinquedos para manipular e controlar.
Ele não criou robôs.
O Criador não tencionou formar pessoas movidas a bateria.
Ele queria gente de verdade a quem pudesse amar e por quem pudesse ser amado.
Deus queria que os homens fossem livres para escolher.
“Se, porém, não lhes agrada servir ao Senhor, escolham hoje a quem irão servir, se aos deuses que os seus antepassados serviram além do Eufrates, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra vocês estão vivendo.
Mas, eu e a minha família serviremos ao Senhor.
” Josué 24:15.
Essa foi a liberdade de escolha que Deus deu aos anjos e a todos os seres criados. Quando fez isso, Ele correu um tremendo risco: alguém, em algum lugar, poderia escolher se rebelar.
E foi exatamente isso o que aconteceu.
O profeta Isaías escreveu a esse respeito: “Como você caiu dos céus, ó estrela da manhã, filho da alvorada!
Como foi atirado à terra, você, que derrubava as nações!
Você, que dizia no seu coração: Subirei aos céus; erguerei o meu trono acima das estrelas de Deus; eu me assentarei no monte da assembléia, no ponto mais elevado do monte santo.
Subirei mais alto que as mais altas nuvens; serei como o Altíssimo.
” Isaías 14:12 a 14.
Lúcifer era o filho da alva!
Era o anjo mais elevado do Céu, aquele que ficava junto ao trono!
Mas ele ficou orgulhoso e quis ocupar o lugar de Deus!
Aprendemos mais sobre esse assunto no livro do profeta Ezequiel: “Você foi ungido como um querubim guardião, pois para isso eu o designei.
Você estava no monte santo de Deus e caminhava entre as pedras fulgurantes.
Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em que foi criado até que se achou maldade em você.
Seu coração tornou-se orgulhoso por causa da sua beleza, e você corrompeu a sua sabedoria por causa do seu esplendor.
Por isso eu o atirei à terra; fiz de você um espetáculo para os reis.
” Ezequiel 28:14, 15 e 17.
Que lindo anjo Lúcifer deve ter sido!
Mas o coração dele se exaltou por causa da sua beleza.
Ele corrompeu sua sabedoria por causa de seu resplendor.
Há pessoas que dizem que Deus é o responsável pelo mal, por ter criado Lúcifer. Afirmam que Deus criou o diabo.
Mas isso não é realmente verdade.
O que a Bíblia nos revela é que “o anjo de luz” era perfeito nos seus caminhos desde o dia em que foi criado.
E o Criador deu-lhe o poder e a liberdade de escolha da mesma maneira como faz conosco.
Ao exercer sua liberdade de escolha, Lúcifer transformou-se em alguém mau.
Diante disso, o que Deus faria?
Observe o dilema divino: Deus poderia impedir a rebelião do anjo caído, deixando de criar pessoas.
Ele poderia preencher o Universo com sóis, galáxias e planetas, deixando-os desabitados.
No entanto, Deus preferiu criar as pessoas porque só elas podem amar.
Não há meio de entendermos o sofrimento, enquanto não entendermos a Deus.
Depois da rebelião de Lúcifer, a harmonia do Universo acabou, mas ainda restaram várias opções.
Deus poderia ter optado forçar Seus súditos ou poderia descartá-los, jogando-os fora, como se faz com brinquedos quebrados.
Caso Ele tivesse agido dessa maneira, não seria compreendido.
O Pai provaria apenas que, de fato, queria robôs e não pessoas que pudessem exercer a liberdade de escolha.
Deus poderia explicar as razões pelas quais expulsou os anjos rebeldes do Céu; mas explicar a natureza do pecado estaria além da compreensão de seres que nunca tinham presenciado o pecado.
Talvez, Deus pudesse simplesmente ignorar a rebelião, mas se tivesse agido assim, o resultado seria o caos, já que ela poderia se alastrar e o Universo inteiro cairia. Só havia uma maneira segura de lidar com a rebelião: permitir que o pecado demonstrasse seu verdadeiro caráter.
E isso levaria muito tempo.
Implicaria em milhares de anos de sofrimento, guerras, catástrofes, inveja, ódio e violência, tudo isso causado pelo anjo rebelde.
Seria necessário tempo suficiente para que seres humanos, anjos e habitantes de outros mundos vissem a verdadeira face do pecado.
Deus, então, poderia finalmente destruir o pecado sem nenhuma voz de reprovação.
A segurança do Universo exige que o pecado seja destruído, um dia.
Mas Deus não tomará essa decisão extrema se não tiver a aprovação de todos os seres inteligentes.
No entanto, a rebelião demandou uma ação imediata da parte de Deus.
E o resultado foi uma guerra no Céu.
“Houve então uma guerra nos céus.
Miguel e seus anjos lutaram contra o dragão, e o dragão e os seus anjos revidaram. Mas estes não foram suficientemente fortes, e assim perderam o seu lugar nos céus.
O grande dragão foi lançado fora.
Ele é a antiga serpente chamada Diabo ou Satanás, que engana o mundo todo.
Ele e os seus anjos foram lançados à terra.
” Apocalipse 12:7 a 9.
O pecado será destruído, um dia.
A segurança do Universo exige isso.

A rebelião de Lúcifer havia trazido uma assustadora nota de discórdia à harmonia celeste.
Uma decisão deveria ser tomada, pois a ameaça dessa desarmonia se espalhar pelo Universo era real.
Por isso, Miguel e Seus anjos lutaram contra o dragão (antes Lúcifer, agora Satanás) e seus anjos.
O diabo e seus adeptos foram derrotados e, finalmente, expulsos do Céu.
A despeito de saber o risco que o nosso planeta correria, o plano da Criação seria mantido.
Os seres humanos também seriam criados com liberdade de escolha.
E quando o plano da criação deste mundo foi executado, Deus estava tranqüilo porque sabia exatamente o que fazer caso Adão e Eva participassem da rebelião proposta por Satanás.
Deus enfrentaria seu inimigo não com força nem com armas, mas com uma cruz.
A Trindade havia concordado que se os seres humanos se juntassem à conspiração, Deus, o Filho (a segunda pessoa da Trindade) viria à Terra para morrer em lugar do homem.
Deus já possuía o Calvário em Seu coração porque Ele salvaria toda a humanidade com o “Cordeiro que foi morto desde a criação do mundo.
Apocalipse 13:8.
Que declaração!
Ela nos conta uma tremenda história.
O Cordeiro (Jesus) estava pronto para morrer desde a fundação do mundo.
Essa seria a arma com a qual Deus combateria o pecado: o Cordeiro morto numa cruz. E, com essa arma, Ele seria vencedor.
E agora, Satanás abandonaria sua guerra contra Deus?
Não!
Ainda assim, é impossível entender as tragédias se não atentarmos para esse conflito cósmico que está em andamento.
O sofrimento será sempre um mistério até que compreendamos o que está acontecendo nos bastidores.
Temos a tendência de creditarmos a nós mesmos todos os sucessos e as coisas boas da vida e de culparmos a Deus por todas as desgraças e tragédias.
A Bíblia nos relata a interessante experiência de Jó. Ao lê-la, conhecemos os participantes que estão por trás das cenas da vida.
Somos informados que ocorreu uma conversa entre Deus e Satanás.
O Senhor conhecia a lealdade de Seu servo, mas Satanás, por sua vez, declarou que Jó servia a Deus somente porque era favorecido.
Sendo assim, permitiu que Satanás fizesse o que bem entendesse, desde que não tocasse na saúde dele.
“Mas estende a tua mão e fere tudo o que ele tem, e com certeza ele te amaldiçoará na tua face.
O Senhor disse a Satanás: Pois bem, tudo o que ele possui está nas suas mãos; apenas não toque nele.
Então Satanás saiu da presença do Senhor.
” Jó 1:11 e 12.
Apesar de tudo o que lhe sobreveio, Jó manteve sua total confiança em Deus.
Então, Satanás disse que se pudesse atingir a saúde dele, sua lealdade vacilaria. Deus permitiu que o diabo prosseguisse, desde que poupasse a vida do seu servo. “Estende a tua mão e fere a sua carne e os seus ossos, e com certeza ele te amaldiçoará na tua face.
O Senhor disse a Satanás: Pois bem, ele está nas suas mãos; apenas poupe a vida dele.
Saiu, pois, Satanás da presença do Senhor e afligiu Jó com feridas terríveis, da sola dos pés ao alto da cabeça.
” Jó 2:5-7.
As chagas vieram… E como doíam!
Os que se diziam amigos de Jó, sentaram-se e olharam para ele durante sete dias sem dizer uma só palavra.
Quando abriram a boca, disseram que ele deveria ser um terrível pecador para merecer tamanho castigo. Que tortura!
Aqueles homens pensaram que Deus estava provocando tudo aquilo, afinal de contas, para eles, Deus era o responsável. Muitas pessoas ficam confusas nesse ponto, mas é Satanás quem se delicia em sair e levar sofrimento e desgraça aos seres humanos.
É impossível entender as tragédias se não atentarmos para esse conflito cósmico que está em andamento.
A exemplo do que fez no passado, Jesus gostaria de andar pelos caminhos e vilas, pelos hospitais e clínicas e não deixar nenhum doente.
Ele gostaria de mandar para casa cada paciente perfeitamente curado, impedir que os carros colidissem, evitar que os aviões caíssem, que os acidentes ocorressem e que os terremotos, as inundações e os incêndios não acontecessem.
Mas se Deus realmente gostaria que todas essas coisas não acontecessem, por que não o faz?
Por que Ele não se apresenta e acaba com o sofrimento?
Seu poder estaria faltando?
Deus não pode fazer alguma coisa pelos nossos problemas além de expressar Sua simpatia?
Não seria justo mencionar falta de poder para Aquele que falou e tudo se fez.
Seria, então, ausência de amor?
Mas, se fosse falta de amor, Deus não entregaria Seu Filho para morrer em nosso lugar.
Então, qual é o problema?
Se Ele é poderoso o suficiente e ama o bastante, por que deixa todas as tragédias acontecerem?
É Satanás quem se delicia em sair e levar sofrimento e desgraça aos seres humanos.
Deus age assim porque é sábio.
Se fosse enfrentar a rebelião da maneira como queremos, isso faria somente com que ela se alastrasse ainda mais.
Se Ele fizesse o que gostaria, se curasse toda doença e impedisse todas as armas de dispararem e todos os acidentes de acontecerem, se fizesse o possível para tornar a vida mais suave para nós, jamais entenderíamos o quanto o pecado é cruel, impiedoso e mortífero.
No entanto, o maior de todos os mistérios é a razão pela qual o inocente deve sofrer com o culpado.
Se o Senhor protegesse e curasse Seus filhos e respondesse a todas as orações como gostaria de fazer, deixando a tragédia cair somente sobre aqueles que rejeitam Sua graça, Satanás O acusaria de ser injusto.
E mais: ele afirmaria que servimos a Deus por causa de Seus favores especiais.
A discussão entre Deus e Satanás não terminou.
E até que termine, muitas coisas ruins acontecerão a todos.
É impossível compreender as lágrimas e o sofrimento a não ser que entendamos o conflito que está caminhando rumo à solução final.
É um conflito a ser decidido entre Deus e Satanás, entre o bem e o mal.
Você e eu estamos envolvidos nessa questão.
Anjos do bem e do mal estão disputando por nossa lealdade.
Se nossos olhos se abrissem para o mundo invisível, veríamos como essas batalhas são ferozes.
Um dia, muito breve, Deus explicará os estranhos mistérios da vida.
E nós entenderemos e aprovaremos o modo como Ele conduziu as coisas.
É impossível compreender as lágrimas e o sofrimento a não ser que entendamos o conflito que está caminhando rumo à solução final.

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